quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A História do Autismo: Como tudo surgiu...


artista, arte contemporaneo, expo
Eugene Bleuler

A palavra autismo foi criada por Eugene Bleuler, em 1911, e era descrita como um dos sintomas da esquizofrenia, sendo considerado uma fuga da realidade.
O autismo foi descrito pela primeira vez pelo médico austríaco Leo Kanner em 1943.


Segundo Kanner as Características do autismo são (1943):

- Um profundo afastamento autista;
- Um desejo autista pela conservação da semelhança;
- Uma boa capacidade de memorização mecânica;
- Expressão inteligente e ausente;
- Mutismo ou linguagem sem intenção comunicativa efectiva;
- Hipersensibilidade aos estímulos;
- Relação estranha e obsessiva com objectos.
Posteriormente acrescentou (1946):
- Fala de papagaio (ecolália)
- Linguagem extremamente literal
- Uso estranho da negativa
- Inversão pronominal

Em 1944, após
Kanner ter publicado o seu artigo, um pediatra austríaco, Hans Asperger, publicava um outro artigo, no qual descrevia um grupo de crianças com características idênticas às de Kanner
, e onde denominou o autismo de síndrome.
 “De inteligência normal, estes rapazes tinham uma dificuldade marcada nas relações interpessoais. Quando se esperava que partilhassem os jogos com outras crianças ou se integrassem numa roda de brincadeiras, eram vistos sozinhos, preocupados de forma obsessiva com o objecto do seu interesse. A linguagem também era peculiar: embora por vezes usassem expressões ou vocábulos muito sofisticados, por outro lado não entendiam os ditados mais comuns ou as metáforas mais óbvias. As crianças com Asperger não compreendiam porque não dizemos o que pensamos, e pensamos o que não dizemos. A entoação era monocórdica sem as flutuações emocionais que dão colorido à nossa voz. As suas coordenações motoras eram tão pobres, que se viam sistematicamente excluídos da participação em jogos colectivos, sem que, de resto, isso parecesse preocupá-los excessivamente. Em momentos de

maior emoção apresentavam movimentos repetidos e estereotipados que lhes conferiam um aspecto bizarro.”

Apesar de as características serem semelhantes, existia um grupo de rapazes reconhecidos por Asperger que tinham níveis de inteligência e linguagem superiores – as crianças com estas características têm síndrome de Asperger.
Contudo, estas observações foram ignoradas até aos anos 70, quando uma psiquiatra americana, Lorna Wing frisou a importância do trabalho de Hans Asperger.A partir daí o reconhecimento e o estudo do autismo cresceu e as suas características foram definidas.


Lorna Wing (1981) definiu a síndrome de Asperger com seis critérios de diagnóstico:

-A linguagem é correcta mas estereotipada;
-Ao nível da comunicação não verbal apresentam: voz monótona, pouca expressão facial, gestos inadequados;
-No que diz respeito à interacção social, revelam falta de empatia;
-Resistem à mudança e preferem actividades repetitivas;
-Ao nível da coordenação motora apresentam uma postura incorrecta, movimentos desastrados e por vezes repetitivos;
-Possuem uma boa memória mecânica e os seus interesses são especiais e circunscritos.

Entre os anos 50 e 60, o psicólogo Bruno Bettelheim afirmou que a causa do autismo seria da mãe, por esta não dar importância ao filho. Denominou o autismo de «mãe - geladeira» como um rótulo para as mães de crianças autistas.

Em 18 de Dezembro de 2007, a Organização das Nações Unidas decretou todo 2 de Abril como o Dia Mundial do Autismo Em 2008 houve a primeira comemoração da data pela ONU.

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